Não me recordo, e nem podia, do Vulcânia e do Saturnia, dois paquetes Italianos que aportavam a Ponta Delgada em viagem de e para o Novo Mundo.
Com o desenvolvimento do transporte aéreo de passageiros, os grandes paquetes transatlânticos deixaram de ter a importância estratégica que tinham, para ocuparem lugar de relevo num novo segmento da economia, o Turismo.
De facto hoje o navio de passageiros é utilizado maioritariamente para viagens de lazer, essencialmente no mediterrâneo, nos mares das Caraíbas, nos Fiordes da Noruega e nos mares do Alasca.
Alguns dos Operadores fazem viagens Transatlânticas, principalmente quando acaba a época no Mediterrâneo e começa nas Caraíbas ou vice-versa. Nesta Altura, os Açores são escolhidos como escala estratégica.
Urge modernizar Ponta Delgada no sentido de que estas escalas sejam cada vez mais regulares e repetidas.
Há muito que se fala na necessidade de adequar o Porto da Cidade para a operação de grandes navios de passageiros, dando ao turista condições de acesso à Cidade e proporcionar conforto e uma imagem mais moderna e atractiva do próprio porto.
Em tempos pensou-se em construir um Cais para este tipo de navios e para os navios da Açorline, junto à Avenida litoral, ainda se fosse para disfarçar o mamarracho e o erro urbanístico que foi a construção do edifício Sol-Mar, admitia-se mas como esse erro é incorrigível senão pela força de uma implosão, não vejo vantagem em ocultar e ensombrar Ponta Delgada encostando-lhe os navios de cruzeiro.
Por outro lado, esta deslocação dos Passageiros para o outro lado da baia, não descongestiona o Porto de Ponta Delgada doo seu grande problema que são os granéis, combustíveis, cereais e matérias-primas para alimentos compostos para animais.
Assim, no meu entender, o que há a fazer é construir um porto der raiz, ou em Santa Clara ou na Lagoa, depende dos estudos técnicos e das acessibilidades, com um terminal de granéis, reservando a actual zona do Molhe Salazar, até à quebrada para a operação de Passageiros, com o edifício da alfândega e dos serviços portuários (interessante obra de arquitectura contemporânea) a ser transformado em Gare de passageiros e galeria comercial.
O restante Cais, incluindo o cais Nato, ficaria reservado à operação de navios porta contentores, navios de guerra, auxiliares e de tráfego local.