Não sei se ainda é vivo ou se já partiu desse mundo. Se anda por ai estará, certamente, em vinha-d’alhos. O Engenheiro é um daqueles cromos da Ponta Delgada do meu tempo de rapazola. Um dia encontrei-o numa enfermaria do antigo Hospital de Ponta Delgada em estado lastimável. Disse-me a enfermeira chefe que não passaria daquela noite.
Passados dois dias voltei a encontrá-lo, já não naquela enfermaria mas sentado à porta da tasca do Aristides, ali ao cimo da Rua do Pedro Homem. O Aristides vendia os melhores bolos de Arroz da Cidade, não que fossem muito diferentes dos outros, mas estavam sempre muito duros, com dias de mostrador. Eu gosto de bolos de arroz com pelo menos três dias de cura.
Era nessa zona que melhor se movimentava o Engenheiro, entre a tasca do Aristides e a do Mestre José Branco ali mesmo em frente à casa que pertenceu ao Eng. José Maria Alvares Cabral na Rua Guilherme Poças Falcão. Nesse dia trazia uma daqueles bebedeiras monumentais, arengava sozinho, como de costume. No seu íntimo resolvia todos os problemas da Humanidade, uma humanidade diferente daquela que conhecemos e que não o compreendia.
O Mestre José Branco e a sua motorizada cor de laranja, uma Sachs V5 com um semi-reboque construído artesanalmente, é outro daqueles comerciantes com muitas histórias para contar.
Certo dia, visto a braços com problemas judiciais, foi falar com o advogado Carlos Melo Bento que conhecia desde a infância, também ele e os irmãos paravam por ali, no trajecto entre a Rua dos Manaias onde viviam e o Liceu onde estudaram. O Dr. Melo Bento deu-lho os avisados conselhos e no final o mestre José perguntou:
-Quanto é que eu devo Sr. Dr. - Disse o comerciante à espera de um , não é nada mestre José.
Mas não, não foi isso que aconteceu.
- Cinco contos - retorquiu o afamado jurista.
-Eh! "Sô doutô vá roubá pó caminhe"- respondeu prontamente o tasqueiro
- Para quê? Estou tão bem aqui sentado.
Já morreu o Mestre José Branco, a tasca do Aristides já não vende bolos de arroz e meios copos de vinho de cheiro e o Engenheiro já não anda por ai entre as ruas do Pedro Homem e do Frias a resolver os problemas da Humanidade.
Passados dois dias voltei a encontrá-lo, já não naquela enfermaria mas sentado à porta da tasca do Aristides, ali ao cimo da Rua do Pedro Homem. O Aristides vendia os melhores bolos de Arroz da Cidade, não que fossem muito diferentes dos outros, mas estavam sempre muito duros, com dias de mostrador. Eu gosto de bolos de arroz com pelo menos três dias de cura.
Era nessa zona que melhor se movimentava o Engenheiro, entre a tasca do Aristides e a do Mestre José Branco ali mesmo em frente à casa que pertenceu ao Eng. José Maria Alvares Cabral na Rua Guilherme Poças Falcão. Nesse dia trazia uma daqueles bebedeiras monumentais, arengava sozinho, como de costume. No seu íntimo resolvia todos os problemas da Humanidade, uma humanidade diferente daquela que conhecemos e que não o compreendia.
O Mestre José Branco e a sua motorizada cor de laranja, uma Sachs V5 com um semi-reboque construído artesanalmente, é outro daqueles comerciantes com muitas histórias para contar.
Certo dia, visto a braços com problemas judiciais, foi falar com o advogado Carlos Melo Bento que conhecia desde a infância, também ele e os irmãos paravam por ali, no trajecto entre a Rua dos Manaias onde viviam e o Liceu onde estudaram. O Dr. Melo Bento deu-lho os avisados conselhos e no final o mestre José perguntou:
-Quanto é que eu devo Sr. Dr. - Disse o comerciante à espera de um , não é nada mestre José.
Mas não, não foi isso que aconteceu.
- Cinco contos - retorquiu o afamado jurista.
-Eh! "Sô doutô vá roubá pó caminhe"- respondeu prontamente o tasqueiro
- Para quê? Estou tão bem aqui sentado.
Já morreu o Mestre José Branco, a tasca do Aristides já não vende bolos de arroz e meios copos de vinho de cheiro e o Engenheiro já não anda por ai entre as ruas do Pedro Homem e do Frias a resolver os problemas da Humanidade.
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