segunda-feira, maio 17, 2004

Ponta Delgada no seu melhor.

O trabalho e outros lazeres, têm me tirado tempo para o “Bloganço”. Por isso, tem havido pouco de “Corsário das Ilhas” e quase nada de “Ponta Delgada”, e quanto ao Foguetabraze, sempre se vai alimentando de coisas do quotidiano. A Cidade recebeu este fim-de-semana os seus filhos pródigos. Roupas frescas e claras vindos das terras do “Oncle Sam”, enjoando a perfumes Avon e mascando “Chweing Gum”. Na Quinta Feira, antes de embarcar para fora da Ilha, ainda passei pelo campo entre o escritório no lado nordeste e o carro estacionado a sudoeste . A azafama era muita e lá estava , no lugar do costume, há anos que é ali, a “barraquinha” de venda do algodão doce com o seu dizer digno de um Portugal no seu melhor. “Rocas da sucar”, pena não ter uma máquina digital e deixava-vos o testemunho pictórico.

quinta-feira, maio 06, 2004

Tertúlias de Ponta Delgada

Eu era o “Baratinha” para alguns ainda hoje sou. “Baratinha” era mais do que um diminutivo de “Barata”, apelido herdado de minha Mãe. Baratinha era e é alcunha, muita gente sem saber do meu apelido, assim me chama talvez por ser irrequieto, sempre com pressa, de um lado para o outro em busca de qualquer coisa.
Quando era mais novo buscava o conhecimento nos Livros ou nas conversas com os mais velhos. Na verdade o “Baratinha” nem à mesa parava quieto muito tempo. Só com um bom livro na frente ou à volta de uma mesa de anciãos a discutirem política. Hoje sei que desempenhava, nesse tempo, um papel importante naquelas conversas de Homens crescidos, eles achavam-me graça, achavam graça ao meu interesse pela política e pela literatura.


Quando comecei a andar mais solto, por Ponta Delgada, comecei a frequentar cafés e outros lugares onde podia encontrar gente mais velha com que trocava dois dedos de conversa. Era um intrometido, mas na verdade, aprendi muito com aquela gente que por delicadeza, ou vergonha, não me mandava dar uma curva. Aprendi muito em algumas tertúlias que havia em Ponta Delgada. Quase todas já desapareceram.

A Primeira que frequentei foi no desaparecido Café Liz, de manhã cedo antes de ir para o Liceu, várias figuras da politica Regional e empresários passavam entre as 7:30 e as 9:00 pelas mesas onde o João Cidade servia o melhor café da Cidade. Mais tarde, Quando estava no Gabinete de Rocha Vieira, frequentei uma tertúlia que havia no 1º andar da mercearia Jade, fui pela mão do Sr. Laurindo Cabral que era o secretário do Gabinete em Ponta Delgada. Mais tarde, ia ao Mimo, por volta das 11:00, onde encontrava o Arq.. Gomes de Menezes e o Sr. Fernando Silva da Predial. Também essa foi desaparecendo e se extinguiu. Até à morte do Alceu Carneiro, a sua tabacaria manteve uma tertúlia, não muito fixa mas que tinha algumas figuras habituais. Ponta Delgada é uma cidade de tertúlias.
No Royal, de manhã muito cedo, continua a reunir-se uma tertúlia, no Café Figueiredo, a meia manhã reúne outra. Na Tabacaria Açoriana a meio da tarde juntam-se os doentes do Futebol e no Café da Madruga, uma coisa que não conhecia, ao fim do dia reúne-se um misto de funcionários da PT e de Marienses deslocados. E assim se faz Ponta Delgada pelas suas tertúlias.

terça-feira, maio 04, 2004

Tu és linda!


Estás linda, mesmo com este ar cinzento invernal, estás sempre linda. Tu minha amada Ponta Delgada que te debruças sobre o mar deixando-te enrolar nele e que ele se enrole em ti num compromisso mais do que sério Tu que não conheceste outro Homem que não fosse o mar. Tu que sempre estiveste ligada a ele e que dele tiras o teu sustento. Tu amante, companheira e vitima dos seus maus humores. Tu agente secreta e confidente das suas lamúrias. Tu então Vila depois cidade. Tu que todas as manhãs vês o sol nascer debaixo dele num misto de azul e laranja forte e deixas os teus filhos partirem em barcos de boca aberta, levados pelo seu baloiço em busca de uma fatia de pão com pimenta. Tu minha querida e sempre amada Ponta Delgada mereces isso e muito mais que Eu possa fazer e dar por ti.